18 de agosto de 2006

O NAZISMO DE GRASS


Günter Grass, o escritor alemão vivo que mais livros vende, o Prémio Nobel da Literatura, fez agora luz sobre o seu passado nazi.
Na sua autobiografia reconhece que pertenceu aos 17 anos e já no fim da guerra, ás Waffen-SS.
Em si, a confissão vale pouco.
Quase todos os alemães que viveram nos anos 30 e 40 tiveram algo a ver com nazis.
Até Joseph Ratzinger, como muitos se lembraram na altura em que se tornou Papa.
O problema cpm Grass, é que se elevou a instância moral capaz de criticar, de forma muitas vezes rude, qualquer acto mais ou menos aceitável.
É essa superioridade moral- que Grass tinha sobretudo aos olhos de uma certa esquerda- que obviamente se tornou numa máscara que caiu.
Grass tem quase 80 anos e teve espaço suficientes para ter reconhecido o seu erro, aliás aceitável pela sua juventude.
Ao esconder o seu passado até agora, depois de criticar tanta gente por ter colaborado com o nazismo
ou por ter se escondido esse passado nos deixa dúvidas.
Todos cometemos erros e quando os aceitamos com humildade tornamo-nos humanos.
Como Grass, agora. O problema é que durante 60 anos quis fazer que era sobre-humano, quase santo, como mostra os seus livros. E não era.

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